Protesto

Trabalhadores paralisam obras da ETA São Gonçalo

Sem previsão para o pagamento dos salários de outubro, funcionários interromperam as atividades no começo da tarde desta quarta-feira

Paulo Rossi -

Pela segunda vez no ano, as obras da Estação de Tratamento de Água (ETA) São Gonçalo foram paralisadas pelo mesmo motivo: atraso de salários. A primeira ocorreu em agosto. Os valores referentes ao mês de outubro, que deveriam ter sido quitados no quinto dia útil deste mês, não foram pagos e nenhuma previsão de pagamento dos valores foi dada aos trabalhadores.

O início da paralisação aconteceu no começo da tarde desta quarta-feira (13). Após reunião, os trabalhadores decidiram esperar um posicionamento da Enfil S.A. Controle Ambiental, empresa contratada para a realização da obra, a respeito de prazos para a quitação dos valores. Como não obtiveram retorno, interromperam as atividades às 13h. Um pouco mais tarde, às 14h, um ônibus recolheu os 48 funcionários, que estavam no canteiro de obras. A greve ainda não foi homologada, mas, caso a empresa não traga uma perspectiva de pagamentos nos próximos dias, o sindicato deve realizar a oficialização do movimento dos trabalhadores já na próxima segunda-feira.

Segundo funcionários, as obras vinham em ritmo lento. A situação não envolve apenas o atraso de salários. Faltam materiais para construção, materiais de segurança e não é disponibilizada uma boa estrutura de trabalho. Em julho, a obra já havia sido interrompida, mas naquela oportunidade em razão do acidente com Éverton Luís de Mesquita, de 30 anos, que morreu soterrado em uma vala durante instalação de tubulação. Segundo relatos dos funcionários, as condições de trabalho não apresentaram melhorias de lá para cá.

O diretor-presidente do Sanep, Alexandre Garcia, afirmou ter recebido com surpresa a paralisação dos trabalhadores. "A empresa não nos avisou nada. Fomos surpreendidos quando uma equipe de fiscalização chegou até o local das obras e não tinha ninguém trabalhando", disse Garcia. A autarquia já encaminhou uma notificação direcionada à empresa para que sejam dadas explicações oficiais sobre a paralisação dos funcionários e quais medidas a Enfil S.A. Controle Ambiental irá adotar para cumprir os compromissos com a obra.

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário afirmou ter comparecido no canteiro de obras da estação e acompanhado as reuniões dos trabalhadores. A representação esperou a paralisação e agora aguarda contato dos funcionários para a homologação da greve, que deve acontecer nos próximos dias. A reportagem também tentou contato com a empresa, mas não obteve sucesso.

 

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